Verbos irregulares




Noções de verbo, tempos e modos verbais






Verbo é uma classe de palavra variável que indica acção, exprime qualidade, estado ou existência de uma pessoa, animal ou coisa e é elemento essencial da frase. Por outras palavras, o verbo é uma palavra que exprime o que se passa, isto é, um acontecimento representado no tempo.


O verbo varia em tempo, modo, pessoa, número e voz. Ou seja, quando flexionado, o verbo dá-nos, a ideia de tempo (presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-queperfeito e futuro); de modo (indicativo, conjuntivo, imperativo, condicional e infinitivo); de pessoa gramatical (1a – Eu/Nós; 2a – Tu/Vós; 3a – Ele(a)/Eles(as) do singular ou plural respectivamente); de número gramatical (singular ou plural) e voz em que se encontra (activa ou passiva).


Exemplo: eu estudo a lição; tu estudas a lição; ele estuda a lição; nós estudamos a lição; vós estudais a lição; eles estudam a lição.


Os verbos são classificados quanto à sua transitividade, quanto à sua significação e quanto à sua conjugação. Nesta lição, reservamo-nos apenas a estudar a conjugação.


Quanto a conjugação os verbos classificam-se em regulares e irregulares. Aqui o nosso foco vai para os verbos irregulares.


Verbos irregulares são os verbos que modificam a sua raiz (ou radical) ao longo da sua conjugação. Por outras palavras, aqueles verbos que alteram o seu radical quando enunciado num determinado tempo, modo e pessoa.














O que é raiz ou radical do verbo?


Radical ou raiz do verbo é a parte do verbo que fica quando retirada (ou colocada em evidência) a desinência verbal ou do verbo.


Exemplo:         Reter -> ret(er)






Desinência do verbo



A desinência do verbo é a parte do verbo constituída pela última vogal e o "r" do infinitivo do verbo. Para identificar a conjugação pertence o verbo tira-se o "r" ao infinitivo, e a vogal temática determina a conjugação a que pertence. Em português existem três conjugações.




são verbos da primeira conjugação os que têm a vogal temática em ―a‖;


são verbos da segunda conjugação os têm a vogal temática em ―e‖;


são verbos da terceira conjugação os que têm vogal temática em ―i‖.







Determinação da raiz ou radical do verbo


Para determinar a raiz ou radical do verbo é retirar a vogal temática e "r" do infinitivo do verbo que constituem a desinência verbal. Tomemos como modelo da determinação da raiz ou radical os verbos pôr, querer e poder.
















Desinência do verbo


Infinitivo do verbo


Raiz ou radical


Vogal temática


"r" do infinitivo do verbo


pôr


P?*


o


r


querer


quer


e


r


poder


Pod


e


r







Obs: para o verbo pôr quando se coloca em evidência a desinência verbal, fica uma letra (p), o que não constitui a raiz ou radical do verbo. Para estes casos, é preciso conhecer a origem (etimologia) do verbo, para a determinação da sua raiz. O verbo pôr é de origem latina, isto é, provem do latim. No infinitivo pôr em latim é "ponere", e a desinência latina do verbo é "ere". A sua raiz é pon. A vogal temática é "e", por isso o verbo pôr é um verbo da segunda conjugação, de tema em "e".


A raíz pon, por vezes passa a pond, pus, punh, por, ponh.


O verbo querer apresenta a raiz inicial em quer, por vezes passa a quis, querer, quei.


O verbo poder apresenta a raiz inicial em pod, por vezes passa a poss, pud, pôd, poder.






A estas alterações das raízes ou radicais é que faz com que o verbo seja irregular.
Dos verbos que apresentou anteriormente, coloque em evidência a desinência verbal e veja se se trata de um verbo irregular. Caso tenha ficado uma só letra, procure a origem do verbo.
Na língua portuguesa, quase a maioria das palavras são provenientes do grego e to latim.







Conjugação dos verbos pôr, querer e poder (nos tempos do modo indicativo e conjuntivo


Conjugar um verbo é enunciá-lo no tempo, modo e pessoa. O verbo dá-nos, pois, entre outras indicações, a noção do tempo. Há tempos verbais variaveis.


Tempos principais e secundários


  • Presente

  • Passado (Pretérito)



  • Perfeito

  • Imperfeito

  • Mais-que-perfeito



  • Futuro






Além da indicação do tempo, o verbo dá-nos a ideia do modo como é encarada a realização da acção. Por isso o verbo varia também quanto ao modo. Há cinco modos verbais, mas aqui elucidamos dois: modo indicativo e modo conjuntivo.


Modo indicativo aquele que encara o facto expresso pelo verbo como uma realidade.


Exemplo.












Tempo


Exemplo


indicativo


Presente







eu ponho


Pretérito


Perfeito


eu pus


Imperfeito


eu punha







Mais-que-perfeito


eu pusera


Futuro







Eu porei








Modo conjuntivo, diz-se que o verbo está no modo conjuntivo, quando o facto expresso pelo verbo é encarado como uma dúvida ou um desejo. Exemplo:








Modo


Tempo


Exemplo








Conjuntivo


Presente





eu ponha


Pretérito imperfeito





eu pusesse


Futuro





eu puser









O modo conjuntivo apresenta três tempos, enquanto o modo indicativo apresenta cinco tempos. No modo conjuntivo não aparecem os tempos referentes ao pretérito perfeito e pretérito mais-que-perfeito. O tempo de pretérito perfeito remete-nos a uma acção acabada, efectivada. O modo conjuntivo remete-nos à uma dúvida ou desejo. Então, uma dúvida acabada, é uma dúvida esclarecida; e um desejo já satisfeito, não constitui desejo. Razão pela qual não se conjuga no pretérito perfeito e pretérito mais-que-perfeito do conjuntivo.



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