Crescimento populacional

Variáveis demográficas
Ao referirmo-nos ao crescimento populacional, abordamos o tema do incremento de população de uma determinada região. As variáveis demográficas são indicadores que nos permitem analisar e compreender a dinâmica populacional. As principais variáveis são: fecundidade, natalidade, mortalidade, mortalidade infantil e crescimento natural.


Fecundidade e taxa de fecundidade
A noção de fecundidade foi introduzida nos estudos demográficos com o objectivo de superar as lacunas das taxas de natalidade e mortalidade na correcta análise do dinamismo de uma determinada população.
Deste modo, considera-se fecundidade a relação existente entre o número de nados-vivos num determinado momento e o número de habitantes em idade de procriar, ou seja, constitui o número real de crianças por mulher numa dada população. Ela é importante, pois permite-nos determinar o crescimento e a composição etária e sexual da população. Vários são os factores que influenciam a fecundidade humana, dos quais os mais importantes são:
  1. Biológico: a fertilidade dos indivíduos.
  2. Sociocultural e psicológico: Nível da educação, crenças religiosas, espaço de residência (campo ou cidade) e as aspirações sociais.
  3. Socioeconómico: Nível de desenvolvimento e qualidade de vida das pessoas.
  4. Demográfico: Condições de mortalidade geral e infanto-juvenil em particular, estrutura etária, idade de casamento, tipos de casamentos (monogâmicos e poligâmicos), estabilidade e instabilidade conjugal.
  5. Político: Políticas populacionais adoptadas referentes sobretudo ao planeamento familiar, idade legal de casamento e à problemática do aborto.

A taxa de fecundidade define-se pelo número de nados-vivos por cada mil mulheres em idade fecunda, normalmente dos 15 aos 49 anos, num determinado período de tempo.
Tf = N de nascimentos vivos / N mulheres dos 15 a 49 anos x 1000
TF = Taxa de Fecundidade; NNv = Número de Nado-vivos; NM (15 a 49 anos) = Número de Mulheres dos 15 aos 49 anos.

Fala-se actualmente da taxa específica de fecundidade, para designar o número médio de filhos por mulher com idade compreendida entre R e S (R e S constituem valores de idades considerados) por cada mil mulheres.

Natalidade e taxa de natalidade
Natalidade é o número de nados-vivos numa dada população em um determinado período do ano civil, ou seja, são os nascimentos que se verificam diariamente que permitem uma renovação constante da população.

Factores que influenciam a natalidade
Tal como a fecundidade, vários são os factores que de forma decisiva influenciam a natalidade, entre os quais destacamos:
Demográfico: relaciona-se com a estrutura da população, mais alta na população jovem do que nos velhos. Número de mulheres em idade de procriar em relação ao número total da população.
Socioeconómico: as famílias de baixa renda econômica dos Países em Vias de Desenvolvimento (PVD) são as que mais filhos têm, contribuindo para esta situação a falta de informação sobre os meios de contracepção (planeamento familiar). O facto de os filhos representarem uma fonte de rendimento e prestígio para a família contribui para uma natalidade elevada, principalmente nas áreas rurais. Nos Países Desenvolvidos (PD), o número de nascimentos tende a reduzir. Boa parte dos casais optam por ter menos filhos, pois estes constituem grandes encargos no que toca à educação, saúde, entre outros. Também a participação da mulher no mercado de trabalho implica uma menor disponibilidade para cuidar dos descendentes.
Sociocultural: a natalidade depende em parte da idade com que se efectuam os casamentos. Se num país a população feminina se casa tarde, há pouca possibilidade de haver muitos nascimentos. Nas sociedades onde o aspecto cultural é mais vincado (prática de poligamia, obrigação do casal ter filhos....) o número de nascimentos pode ser elevado.
Religioso: crenças religiosas que proibem a prática de determinados actos (aborto, limitação do número de filhos, uso de anticonceptivos, planeamento familiar, etc.) concorrem para aumentar a natalidade.
Político-legal: políticas populacionais como o estabelecimento da idade legal de casamento para ambos os sexos são aspectos que incrementam ou reduzem o número de nascimentos de um país.
A taxa de natalidade refere-se ao número total de nascimentos vivos por cada mil habitantes, ocorridos num ano civil e num dado lugar. Ela determina, tal como a fecundidade, o tamanho de uma determinada população.

Tn = TNv/TPx 1000
Tn = Taxa de Natalidade; TNv = Total de nados-vivos e TP = Total da População

Mortalidade e taxa de mortalidade
A população está sujeita a variações contínuas que dependem não só do número de nascimentos como também dos óbitos ocorridos.
Desta forma, entende-se por mortalidade o número de mortes ocorridas numa dada população num determinado período do ano. A relação entre o número anual de óbitos e uma quantidade de população dada, geralmente por mil (1000) habitantes, constitui a taxa de mortalidade.
TM -TO/TP x 1000
TM = Taxa de Mortalidade; TO = Total de Óbitos e TP = Total da População.

Taxa de mortalidade infantil
A taxa de mortalidade pode Igualmente ser determinada por grupos etários (composição da população por idades), assumindo especial interesse a taxa de mortalidade infantil. O seu conhecimento permite concluir rapidamente sobre as condições de assistência médico-hospitalar, hábitos de higiene, alimentação, entre outros. A taxa de mortalidade infantil diz respeito ao número de óbitos com menos de um ano de vida por cada mil nados-vivos nascidos no mesmo ano num determmado lugar.

Saldo fisiológico ou crescimento natural e taxa de crescimento natural
Outro indicador demográfico muito importante na análise da população é o saldo fisiológico ou crescimento natural, que não é mais do que a diferença entre o número de nascimentos (natalidade) e ode mortalidade (óbitos).
Como resulta de uma diferença entre nascimentos e obtidos, esta variável demográfica pode ser negativa ou positiva.
Considera-se saldo fisiológico ou crescimento natural negativo quando o número de nascimentos é inferior ao número de mortes. Quando se regista esta situação, conclui-se que a população do país decresceu. Mas também podemos observar uma situação inversa, isto é, saldo fisiológico ou crescimento natural positivo em que o número de nascimentos é maior do que o número de mortes. Existe ainda uma terceira situação em que o saldo é nulo. Isto acontece quando o número de nascimentos é igual ao de mortes.

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