A corrente pedagógica moderna

No século XX, a evolução científica e tecnológica deu origem a várias correntes e movimentos, a destacar a Escola Nova. Em oposição à escola tradicional, a Escola Nova guia-se por princípios de uma aprendizagem por descoberta e estabelece uma atitude e visão educacionais centradas no aluno, em que o professor passa a ser um facilitador do processo de aprendizagem. Os grandes percursores desta corrente surgiram no final do século XIX, princípio do século XX, tais como Maria Montessori, Ovide Decroly, Ferrire Cousinet, Célestin Freinet, John Dewey e outros.

Considera-se que a pedagogia activa, da Escola Nova, teve como factores principais do seu desenvolvimento, os seguintes:

  • A Revolução Industrial, que acentuou o desenvolvimento da técnica, o desenvolvimento da prática. A prática foi valorizada e a civilização que dela derivou possui uma base técnica, assente na acção do homem que se torna mais im¬portante que o pensamento abstracto, divorciado do concreto.
  • A importância do trabalho de grupo, no qual valoriza-se a comunicação e a colaboração. O trabalho individual, isolado, passa a não ser mais suficiente e, por toda a parte, na indústria, na investigação científica, no ensino, na medicina, o trabalho de equipa toma lugar do trabalho individual, dado que, em virtude da complexidade dos conhecimentos actuais, se tornou impossível um só homem abranger todos os dados necessários e realizar sozinho a tarefa total.

Assim, existe implícitamente, em toda a pedagogia activa, uma psicologia que nos diz que se aprende melhor o que se faz por si próprio, que é o "aprender fazendo" de Dewey, a interpretar num sentido mais amplo. Quer dizer, quando se diz fazendo, não se refere apenas ao trabalho manual, à acção física.

Quando se fala de actividade, queremos dizer actividade global, uma actividade funcional, uma actividade que corresponde a uma necessidade profunda de ser, que se traduz em todos os aspectos da vida, quer se trate de trabalho intelectual de investigação, trabalho manual de criação, ou modo de expressão verbal, escrito, plástico ou qualquer outro.

Uma das características do ensino moderno é a disposição do alunos na sala de aulas, que pode ser em grupos, e pela forma como esta facilita a interacção entre os sujeitos (professorçèalunos, alunoçèaluno).

Num ensino moderno, a actividade é, por conseguinte, compreendida num sentido amplo e o papel da escola será o de colocar o aluno em condições de investigação e de pluralidade de interacções, entre os alunos e estes com o professor. Essa actividade deve suscitar, e estimular os seus interesses dos alunos, a partir das suas necessidades. Quando se fala de necessidades, refere-se às necessidades de compreender, de exprimir, de agir, de realizar, que todo o indivíduo normal sente, se uma educação falsa não as destruiu.

A atitude do professor embuido nesta corrente pedagógica é, portanto, não a de impôr ao aluno um conhecimento, mas a de o colocar em condições de modo que, a partir dos seus interesses e das suas necessidades, o possa adquirir e satisfazer a sua curiosidade instintiva. O que se crê é no acesso ao saber, em vez de ser ouvindo, deve ser agindo, o que se ajusta com os estudos dos psicólogos sobre a aprendizagem e sobre a personalidade, que mostraram que é a partir da experiência que uma se adquire e a outra se estrutura.

Deste modo, na base da pedagogia moderna, para que o professor possa desempenhar o seu papel com sucesso, sugere-se que tenha opiniões positivas a respeito de si próprio e dos alunos, que seja empático e capaz de criar um bom clima para ir ao encontro das necessidades dos alunos e ajudá-los a aprender.

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