Índice
Capítulo
II – Fundamentação teórica
2.3 Caracterização das Modalidades
Desportivas no Desenvolvimento Social, Humano
2.3.2.1
Desenvolvimento social humano
2.4
Os princípios pedagógicos no ensino dos desportos
2.4.1
A pedagogia do desporto no ensino dos jogos esportivos coletivos
Capítulo
III- Metodologia de trabalho
Capítulo I- Introdução
Uma das estratégias utilizadas para melhor desenvolver
o desenvolvimento do homem é através dos desportos, pois a atividade física
organizada se torna importante tanto para o desenvolvimento físico, motor,
social como psicológico das crianças. Com base em suas regras e condições, as
crianças conseguem compreender formas de se relacionarem com os outros,
trocando experiências, competindo e ajudando uns aos outros, aprendendo assim a
conviver em sociedade. Nos desportos de grupo também se desenvolve a mecânica
do trabalho em equipe, habilidades sociais e processos de identidade. Um dos desportos
que favorecem essas relações é o Futebol, com o qual as crianças aprendem a
dominar habilidades motoras fundamentais com bola, a desenvolver a capacidade
de percepção, a tomada de decisões adequadas e a percepção da importância da
dinâmica coletiva o que são fundamentais para o aperfeiçoamento de um
repertório motor adequado e ao sucesso desta prática esportiva.
Entretanto, um dos principais problemas relacionados
aos jogos coletivos é a metodologia utilizada para o seu ensino, visto que
muitos profissionais de Educação Física baseiam sua prática pedagógica em
metodologias que não contribuem para o desenvolvimento integral do aluno. Para
tentar alterar esse quadro, sugere-se que o ensino das modalidades coletivas
seja embasado pela abordagem da pedagogia do desporto, uma vez que acrescenta
um aspecto educativo às atividades desportivas.
O ensino do desporto coletivo baseado na pedagogia do desporto
promove a formação de cidadãos críticos, inteligentes, cooperativos,
independentes e autônomos, que serão capazes e aptos para escolher a modalidade
esportiva que irão praticar em seus momentos de lazer durante a vida.
O presente trabalho tem como objetivo compreender as
características das modalidades desportivas no processo de desenvolvimento
social das e humanos do homem e como o mesmo pode influenciar em suas vidas
futuras; e abordar sobre os princípios pedagógicos no ensino do desporto.
Capítulo II – Fundamentação teórica
2.1 Desporto e a educação
Apesar de o desporto e a educação caminharem juntos em
diversos países, no Moçambique essa política de sucesso ainda emplacou. A
situação do desporto de competição e mesmo o de participação nas universidades
federais está em segundo plano. Em Brasília, por exemplo, apenas quatro
universidades disputam o torneio todo ano para ver quem fica com a vaga para
disputar o brasileiro. Porém essas competições já aconteceram com maior
intensidade nas universidades federais, que chegaram a movimentar milhares de
universitários e times.
No âmbito social, o desporto tem função pedagógica no
processo de formação do indivíduo, ressaltando a disciplina, a solidariedade,
trabalho em equipe e outros aspectos favoráveis a construção de valores. O que
reforça ainda mais a urgência em desenvolver projetos que desenvolvam os desportos
nas escolas e universidades brasileiras.
Há ausência de uma política para estimular a atividade
em escolas e universidades. O desporto escolar não possui objetivos específicos.
As escolas são despreparadas para o desporto. Os professores se atualizam por
conta própria e acabam por serem obrigados a trabalhar com outra coisa devido
ao salário baixo. A falta de materiais esportivos nas escolas e universidades é
outro agravante. As unidades escolares carecem de espaços, instalações e
recursos humanos qualificados.
2.2 Sociologia e o desporto
Para tratar do futsal como meio de educação,
desenvolvimento e inclusão social reportar-se a Sociologia do Desporto, que
visa explicar o contexto do desporto com sua estrutura nos diferentes tipos de
sociedade, as múltiplas maneiras como o desporto depende e é influenciado por
todos os sistemas de valores de cada cultura e pela realidade sócio-estrutural
onde se encontra, enfim a sociologia do desporto trata da influência do desporto
no indivíduo, na família, trabalho, política, sistema educacional e na ordem
social em geral.
De acordo com Pitts e Stotlar (2002, p.88) “Sociologia
do Desporto é o estudo das relações entre seres humanos e desporto e entre desporto
e sociedade", portanto é ela que identifica o desporto realmente como um
fato social e afirma que o mesmo influência e é influenciado pelo cultura
social do meio onde está inserido. Vale também analisar a própria Sociologia,
que segundo Ávila (1986, p.18) “é o estudo da realidade social enquanto
submetida a determinismos relativos", neste caso o futsal, assim as
relações humanas identificadas dentro do jogo formam a base fundamental para o
entendimento sociológico deste desporto.
A relação entre o desporto e a sociologia toma-se
clara a partir do momento em que se entende o desporto como um fato social
total e ele realmente o é, pois abrange todas as áreas da sociedade. Tem o
poder de agregar pessoas, tem valores e muitos o encaram até como uma religião.
A globalização do desporto, por exemplo, ocorreu muito antes da globalização
comercial, ele fala a língua universal e tem dimensões planetárias, sua força é
tão grande que influencia a sociedade em aspectos políticos, comercias e
culturais.
2.3
Caracterização das Modalidades Desportivas no Desenvolvimento Social, Humano
2.3.1
O Futebol
O Futebol é um desporto praticado em várias partes do
mundo, por milhares de pessoas de diferentes idades.
O comportamento lúdico tem uma dimensão antiga
independente da cultura ou da localização. A popularização do jogo cursa todas
as idades com situações e significados diferentes. Os pais brincam com os seus
filhos sem perceberem e as crianças brincam entre si através de processos de
transferência de conhecimentos de geração em geração. A prática do Futebol na
infância é uma realidade social e cultural. As crianças aprendem a jogar
Futebol e acabam gostando e o praticam na escola, no clube, em casa e em vários
outros lugares e isso acaba fazendo parte integrante do contexto cultural e das
relações sociais. (FREIRE, 2006).
O Futebol é um dos fenômenos sociais que está mais
presente na experiência do dia a dia de diversas populações. A influência
comunicativa da família e também a influência cultural, podem definir a
socialização como o processo pelo qual as crianças aprendem a comportar-se de
uma maneira aceitável e a se relacionar com os demais, definido este
comportamento pela cultura à que pertencem seus familiares.
Além disso, ele está sempre presente em várias rodas
de conversas, seja nas ruas, nas instituições de ensino, nos ambientes de
lazer, entre outros estabelecimentos e em praticamente todas as mídias
existentes, seja na internet, na rádio, nos jornais, nos programas de
televisão, entre outros, onde inúmeras vezes as pessoas acabam se sentindo como
se fossem técnicos e até mesmo historiadores da modalidade. (FREIRE, 2006).
O desporto faz com que surja uma necessidade do ser
humano de vivenciar, no dia a dia, momentos que vão lhe proporcionar prazer,
paixão e distração, o que representa uma marca significativa da cultura
particular da localidade.
Ele desperta em uma sociedade inúmeros sentimentos e
acaba fazendo com que se tenha o desenvolvimento de uma cultura do Futebol,
onde desperta inúmeros sentimentos, diferentes emoções, seja alegria,
sofrimento, o choro, a raiva e o mais interessante em pessoas de diferentes
localidades, de classes sociais e raças diferentes, onde em um momento não se
têm a preocupação com nada disso, sendo como uma família, onde torcem juntos,
sofrem e ficam felizes, independente de conhecer ou não quem está ao lado.
Cultura essa que faz as pessoas abraçarem a primeira pessoa que estiver a sua
frente quando o seu time faz um gol, esquecendo as diferenças, que faz as
pessoas comprar camisas, bandeiras e sentir orgulho e se identificar com um
time ou um determinado jogador.
2.3.1.1 Pedagogia do futebol
No ensinamento do futebol tem-se a necessidade de
definir quais as valências necessárias para sua prática, que são: coordenação
motora global, equilíbrio, noção espaço-temporal, noção espacial, ritmo,
coordenação motora óculo-pedal.
Em relação à pedagogia do Futebol, Melo evidencia a
importância do gesto técnico:
O
gesto técnico-desportivo é realizado com uma série de movimentos interligados,
e, à medida em que vai havendo uma automatização do gesto técnico, os centros
nervosos aproveitam a organização estrutural e funcional de gestos técnicos
realizados anteriormente. (MELO, 2001. apud. SOUZA, 2004. p. 30).
Segundo os autores, independente do desporto que venha
a ser praticado o que favorece a sua aprendizagem é a repetição do gesto
técnico, como exposto por Melo:
A
medida que o praticantes/jogadores aumentam o número de repetições de um
determinado gesto técnico desportivo, aumenta igualmente o número de correções,
produzindo-se, consequentemente, um afinamento cada vez mais particular do
programa motor base. (MELO, 2001. apud. SOUZA, 2004. p. 30).
O Futebol é um desporto coletivo com regras
universais, sendo praticado da mesma forma em todos os lugares do Mundo. Tem-se
enquadrado como um ramo da atividade humana, podendo ser definido como uma
profissão, na medida em que relações profissionais se definiram. Desta maneira,
o Futebol como atividade de caráter cientifico, também compreende uma realidade
teórica, tendo diversas ciências utilizadas como suporte, tais como:
fisiologia, psicologia, nutrição, biomecânica e cinesiologia.
Em relação à pedagogia do Futebol o professor Scaglia,
diz:
Alguns
autores como Freire, Parlebás, Sérgio, Paes, entre outros, acreditam que o
trabalho com as escolinhas de desportos se materializa por meio de uma prática
pedagógica, preocupada com um desenvolvimento global de seus alunos,
respeitando seus estágios de crescimento e desenvolvimento, físico e cognitivo,
onde, a escola de desporto, através de sua práxis pedagógica, deve contemplar
várias possibilidades, tais como: sociais, intelectuais, motoras, educacionais
e também desportivas. (SCAGLIA, 1995. p. 36).
Em relação à ação pedagógica do Futebol Scaglia, diz
ainda:
(...)
a função pedagógica da ação motora desenvolvida, ou seja, todo o movimento
realizado devé ser carregado de sentido/objetivo pedagógico, dentro do
desenvolvimento das aulas.
Isto
é alcançado mediante atividades prazerosas, lúdicas, que se baseiam muitas
vezes em jogos de ruas, da própria cultura infantil, para ensinar o futebol e
seus fundamentos. Freire acredita que. a ação do professor deva ser norteada
por um modo de pensar que tenha como referências as condições concretas do
aluno, sua cultura infantil, ou seja, o mundo concreto do aluno deve se
relacionar com a atividade simbólica solicitada pelo professor. (SCAGLIA, 1995,
p. 37-38).
2.3.1.2 Desenvolvimento social humano
Em relação ao desenvolvimento social da criança
acredita-se que o Futebol tenha a característica de favorecer a relação com as
demais crianças, fazendo com que haja a interação entre elas e ensina a
conviver e se relacionar em grupo, além de aprender a respeitar regras e viver
em sociedade.
Na compreensão da formação social da criança e do
desenvolvimento integral da personalidade estão subentendidas a formação e as
comunicações educativas o que leva a desenvolver um maior desenvolvimento de
sua consciência, fazendo com que se tenham qualidades como a solidariedade, a
honra, a honestidade, a responsabilidade, o saber trabalhar em equipe, o
respeitar o espaço e a opinião do outro, entre outros.
Em relação ao jogo de Futebol, Souza identifica
características semelhantes adquiridas pelo brasileiro, ficando evidentes a
seguir:
(...)
o brasileiro se identifica com as problemáticas oferecidas pelo jogo, as
adversidades, as alegrias, a superação, por relacioná-las com as situações
cotidianas de sua vida. E isto é perceptível pela forma de expressar-se do
brasileiro em certas ocasiões típicas. Bem como um time que se vê com o placar
adverso, o cidadão brasileiro busca “virar o jogo" quando se encontra numa
situação desvantajosa, seja ela financeira, seja na escola, em relação às
notas. (SOUZA et al., 2011, p. 1).
Além disso, o Futebol pode vir a contribuir para o
desenvolvimento social da criança, para mudanças no comportamento, uma melhor
relação com os familiares, melhoras no rendimento escolar, na superação frente
às dificuldades que possam surgir, devido às vivências enfrentadas na prática
da modalidade, onde pode contribuir com a maturação da criança, a qual apreende
a desenvolver uma melhor tomada de decisão, devido às condições mutáveis e
instáveis surgidas ao longo da partida e as relações interpessoais onde passa a
respeitar e a se colocar no lugar do outro quando ocorrem imprevistos e
situações inesperadas, além do aprender a trabalhar em equipe e aprender a ter
o companheirismo e não ser individualistas.
Outra característica fornecida pelo desporto e no caso
pelo Futebol é a importância que o mesmo traz para a convivência com os demais,
como se pode ver a seguir:
(...)
“aprender a conviver" é. além de. viver juntos, competir e cooperar
intrinsecamente (DELORS et al, 1996). Por isso, toda convivência se baseia em
regras de forma explícita ou implícita, e o educando, à medida que participa da
construção coletiva das regras (adaptadas) está desenvolvendo competências de
convivência interpessoal e social como por exemplo, aprender a conversar,
negociar, argumentar e contra-argumentar, saber ouvir, esperar a sua vez, viver
valores éticos como respeito, responsabilidade, cooperação dentre outros.
Conviver
fortalece o encontro consigo mesmo e com o outro. (CASTANHEIRA, 2008, p. 120).
Em relação ao significado social que o desporto
promove na sociedade, a autora Heloísa Helena Baldy dos Reis (2006), diz que
são baseados no método “configuracional", o qual tem sua base de analise
nas estruturas e padrões sociais, a qual denomina como "sociologia
configuracional", onde, quando os jogadores não estão desempenhando o
papel de jogador ele está desempenhando outros papéis sociais, como o de
trabalhador, de estudante, pai, filho, dentre outros.
O autor Rodrigo Vieira Azevedo Souza (2004), relata
sobre a necessidade de se trabalhar o Futebol como um desporto que visa não
somente o alto rendimento e sim que busca o desenvolvimento, a formação e que
tem como objetivo o desenvolvimento social das crianças, onde diz que, além de
ter um bom nível de desenvolvimento motor e cognitivo, as crianças terão
através da prática do Futebol uma grande capacidade de socialização, ficando
evidente a necessidade da interação com as demais crianças.
Sendo assim a prática do Futebol se toma importante no
processo de desenvolvimento social das crianças, onde de acordo com os autores
após determinado tempo de treinamento pode ocorrer uma melhora no comportamento
e nas relações sociais com as demais crianças do grupo e com as demais pessoas
que fazem parte do seu ciclo de interação e também uma melhora e facilidade de
se comunicar com pessoas que não conheciam, perdendo assim um pouco a timidez e
melhorando o sua relação interpessoal.
2.3.2
Basquetebol
O basquete surgiu em 1891, no estado de Massachussets,
nos Estados Unidos. Devido ao longo e rigoroso inverno, o que impossibilitava a
prática de desportos ao ar livre, James Naismith, então com trinta anos, foi
obrigado a pensar em algum jogo que estimulasse os alunos a praticar alguma
atividade nos ginásios, além da ginástica, modalidade que parecia entediar aos
alunos há um bom tempo.
Desporto não é apenas competição, somente entrar para
tentar ganhar a qualquer custo, ele vai muito além das disputas acirradas
dentro de ginásios e estádios. Cada vez mais cresce a importância do Desporto
como ferramenta de inclusão social. Mesmo que tenha como princípio o
desenvolvimento físico e da saúde, serve também para obtenção de valores
sociais. E aliado a educação, realmente funciona como ferramenta de inclusão,
como acontece nas universidades americanas e Espanha(nos últimos anos), obtendo
sucesso na formação de estudantes e atletas.
Na busca de soluções práticas de combate à
criminalidade juvenil, e procurando resgatar a cidadania e promover a inclusão
social dos jovens em situação de risco, surgiu o desporto à meia noite, um
projeto da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, em parceria com
os demais órgãos governamentais e não governamentais. O horário de
funcionamento dos centros esportivos parece inusitado, mas têm uma
justificativa, os idealizadores do projeto constataram que era justamente entre
as onze e duas da manhã que ocorria a maior parte dos crimes na região.
2.3.2.1
Desenvolvimento social humano
Socialização é resumido por Matos (1994) como um
conjunto de ações, atitudes e pensamentos do indivíduo em relação a comunidade,
outros indivíduos e a si próprio, sendo a qualidade dessa relação, o resultado
de uma conjugação de dados com os processos e socialização.
Matos (1994) também defende que o comportamento social
humano se compreende de relações interpessoais com o objetivo de afirmar a
autoimagem e outras motivações como interesses, dinheiro e realização pessoal.
Quando nos referimos ao comportamento social humano,
também vimos que segundo Argyle (1981, apud MATOS, 1994), sofre de influências
de diversos aspectos como necessidades biológicas; relação de domínio; relação
de caráter sexual e relações agressivas, o autor também se refere ao
desenvolvimento social, onde afirma que o mesmo provém de elementos da cultura
transmitidos afim de manter relacionamentos sociais funcionais (ARGYLE, 1981,
apud MATOS, 1994).
Também foi analisado com relação a influências
familiares no comportamento social e ao que foi chamado ao desajustamento
social, e segundo Matos (1994), essas relações internas na família quando não
se preocupam em mediatizar um conjunto de meios e aptidões que permitem ao
indivíduo atingir uma realização pessoal, podem favorecer um comportamento
desviante.
Já para Mattos e Neira (2000), a socialização está
envolvida com a aquisição de habilidades físicas e sociais, assim como valores,
conhecimentos e atitudes.
Rubio (2000, apud AQUINO, 2011) diz que o desporto é
considerado uma forma elementar de socialização, que compõem o imaginário
social e é reconhecido por envolver diversos elementos de valores próprios que
refletem o modelo social vigente.
O desporto como agente socializador também deve gerar
espaço que propicie testar e desenvolver habilidades a partir de diversos
estímulos com possibilidade de aquisição física e intelectual segundo Marques e
Kuroda (2000, apud AQUINO, 2011).
Nos voltando de maneira mais específica ao basquete
como um desporto agente socializador, Aquino (2011) realizou uma pesquisa de
campo com 13 atletas de basquete entre 12 a 16 anos que atuavam por equipes de
uma ONG, utilizou-se de uma entrevista previamente elaborada com tópicos
relacionados aos objetivos da sua pesquisa, sendo estes: a entrada no projeto,
fazendo novas amizades, trabalhando em equipe, benefícios do atendimento
psicológico e as mudanças pessoais, e percebeu a partir dela que o mais apontado
pelas atletas foi justamente relacionado às novas amizades construídas e a
importância de conhecer novas pessoas.
Com relação ao trabalho em equipe, Aquino (2011)
observou a dificuldade inicial, mas que ao mesmo tempo acompanhava-se de um
aprender a lidar com as diferentes opiniões existentes, e que a descoberta dos
benefícios do trabalho coletivo levaram a mudanças pessoais e interpessoais
significativas. Moscovici (2007, apud AQUINO, 2011) diz que nossa cultura
sempre valorizou as realizações individuais, o que dificulta o conceito de
equipe, assim como o fato de que duas ou mais formas de raciocínios e
indivíduos com necessidades e expectativas diferentes gera conflitos, mas
também podem ser um meio de levar o grupo a uma solução construtiva. Segundo o
autor, existem muito mais benefícios com o trabalho em equipe do que com o
individual, e que essa é uma educação permanente.
Segundo Daiuto (1991, apud SILVA, 2017), o basquetebol
é um ótimo desporto a ser trabalhado por desenvolver disciplina e companheirismo,
auxiliando no trabalho em equipe e no autocontrole emocional seja nos jogos ou
em situações distintas. Para o autor, aquele que tem contato com o basquetebol
de maneira divertida e adaptada à suas capacidades, tem uma melhora comprovada
na socialização com os demais.
Silva (2017) defende que o basquetebol é uma
ferramenta importantíssima por trabalhar diversos fatores positivos no
desenvolvimento motor, afetivo, cognitivo e, também na formação de um cidadão
mais sociável.
Ao realizar um estudo visando descobrir como a
socialização de escolares é feita por meio do basquetebol praticado nas aulas
de Educação Física, Silva (2017) através de uma revisão de literatura concluiu
que, sobre o ensino do basquetebol, é possível se tomar muitas conclusões
positivas em relação a uma melhora na questão da socialização.
Ao relacionar o desporto, mais especificamente o
basquete ao contexto educacional, Brito (2012) relata sobre uma real existência
de diversidades em assimilação de conhecimentos, em estilos, e também defende
que isso afeta em diferentes níveis motivacionais, e que por meio desta,
permite que o aluno construa atitudes predominantemente inclusivas ao invés de
seletivas, em relação as suas próprias aprendizagens e também as dos demais e
do grupo como um todo.

