Índice
Capítulo
II-Fundamentação teórica
2.1.1 A teologia
escolástica medieval
2.2
Inculturação do Evangelho nas culturas
dos povos evangelizados
2.2.1 Necessidade da
Inculturação do Evangelho nas culturas
dos povos evangelizados
Capítulo III-
Metodologia de trabalho
Capítulo I- Introdução
O presente trabalho consistiu basicamente no resumo
das unidades 1 e 2 do Manuel da cadeira de Fundamentos da Teologia Católica. A
palavra teologia consiste em duas palavras, ou seja, o estudo de Deus: I theo =
Deus; logia = estudo. É incorreto usar essa palavra, porque é impossível "estudar"
Deus, se Deus pode ser estudado, que deixaria de ser Deus, para definir a
teologia como o estudo das questões sobre o conhecimento derivado de Deus, ou o
conhecimento revelação Deus por nós; Ele acrescentou que o fenômeno religioso,
e fenômeno cultural-religioso causado pela busca de Deus na forma de religião.
Compreender o significado e função da teologia, também
é estabelecido como uma ciência multidisciplinar, e estudando as religiões, mas
também estuda o homem como um sintoma e causa do fenômeno religioso.
Cabe então ao teólogo saber a não o fator filosófico
cultural, social, psicológico, patológico e por que, então você realmente
entender o que o fenômeno religioso em uma dada situação.
Capítulo II-Fundamentação teórica
2.1 Breve historial de
teologia
Na antiguidade a teologia era entendida como um hino,
onde Deus era glorificado mais que do que explicado pelo espírito humano. Era o
ato mesmo de louvar a Deus. Não se tratava de explicar Deus, que é
inexplicável, mas de o Louvar sem cessar, pela sua grandeza.
Este sentido continua muito vivo nos escritos dos
padres da Igreja, mesmo os que como Origines farão mais uso instrumental de
noções tiradas da filosofia grega ou os que como os grandes teólogos ditos da
Capadócia (São Basílio de Cesareia, São Gregório de Nazianzo e São Gregório de
Nice) se servem das noções teológicas para lutar contra os erros resultantes de
uma ilusão racionalista sobre a nossa capacidade de clarificar os mistérios
divinos.
Eles sustentam que a teologia é a ciência é ciência da
fé, então não pode prosseguir e se desenvolver senão na luz da fé. Esta
teologia exige que o rigor racional do pensamento dialético seja constantemente
associado a uma exploração não somente alargada mas também penetrante de todo o
dado revelado e tradicional, sob a salvaguarda do magistério vivo da Igreja e
num espírito de uma fé viva e vivida.
Como Ciência Sagrada, a Teologia tomista não alimenta
a pretensão temerária e fútil de se substituir a Palavra de Deus confiada à
Igreja, em particular nas Santas Escrituras, mas alimenta somente a esperança
de explorar respeitosamente as profundidades, não es-aziando o mistério mas
permitindo-nos de melhor o situar em relação aos nossos conhecimentos
simplesmente naturais.
E uma teologia sistemática e por isso é reflexiva e
critica. Alimenta se constantemente da teologia positiva, que se contenta de
fazer o inventário e a exegese da palavra de Deus nos documentos autênticos.
Deve guardar e cultivar o contacto com os desenvolvimentos do pensamento
simplesmente humano, mas permanecendo sempre na escola viva da Igreja em
profunda comunhão de fé com ela.
Assim se compreende a Teologia como um discurso
sistemático, reflexivo e crítico, sobre Deus e tudo o que a Ele se refere. Uma
Teologia que se alimenta da revelação dr ina contida na palavra de Deus,
proclamada e anunciada pela Igreja em seu Magistério. Um discurso aberto ao
pensamento humano e capaz de iluminar a razão e se deixar mteipelar por ela.
Existem diferentes estilos de reflexão teológica.
Assim, podemos distinguir diferentes estilos de acordo com a época.
1. No
primeiro século do cristianismo podemos encontrar 3 estilos principais: a
Teologia narrativa dos evangelhos, a literatura epistolar e a apocalíptica.
Esta teologia é:
·
Pneumática (embebida pelo
espírito que suscita a continuidade dos seguidores de Jesus)
·
Eclesial, nascida no seio
de uma comunidade
·
Missionária, destinada a
transmitir e recriar fé crista
·
Vivencial, repleta de
sentimentos, conotações afectivas e força convocatória, proveniente da
experiência do seguimento do ressuscitado
·
Coutextualizada na
história da comunidade em que foi elaborada. Não retrata desejo explícito de
fazer reflexão única e universal, válida igualmente para todos como anamnese da
palavra, toma presente o dado revelado emdiversas situações.
·
Aberta ao futuro
estimulando assim interpretações enriquecedoras, novas releituras
2.
Na época patrística que
abarca o período de seis séculos, compreendendo desde a geração imediatamente
posterior aos apóstolos até a dos que prepararam a teologia medieval,
encontramos um outro estilo de teologia devido ao objectivo do discurso: esclarecer
a identidade da fé cristã no seu encontro com as culturas, helénica, romana e
mesmo a judaica. O cristianismo vê-se às voltas com o imenso desafio de
traduzir para a cultura helénica, a sua boa nova. Necessita também
justificar-se diante daqueles que, utilizando a filosofia grega, consideram o
cristianismo e a fé cristã algo secundário ou de pouco valor. Após o período
das perseguições, com o reconhecimento do império romano a Igreja cone dois
riscos helenizar a sua doutrina (por uma união entre fé e pensamento grego) e
secularizar-se (entrando nas estruturas do império pelo caminho das honras,
privilégios, apoio do poder político).
·
Helenizar
a doutrina: A teologia grega tem sede de explicar a
unicidade do universo. Por isso a fé carrega a marca da preocupação do
fundamento, e anuncia que em Cristo se recapitulam todas as coisas, e particularmente
tudo o que e verdadeiro, bom e belo, (ciência, moral e estática). O princípio
patrístico é: “crer para entender, e entender para crer”intellige ut credas,
crede ut intellegas (Agostinho in Sermão 43,7,9).
·
Secularização: Quando no
ano 313 foi proclamado o Edito de Milão pelo imperador Constantino, o
cristianismo se tomou “Religião de Estado”, no Império Romano. Assim foram
adoptados progressivamente, maneiras e princípios seculares que contrariavam a
simplicidade do Evangelho. Nasce a hierarquização da Igreja sob o modelo do
Império, a liturgia é fortemente influenciada pelo culto pagão. Esta situação
se arrastou até à reforma trazida pelo Concílio Vaticano II.
2.1.1
A teologia escolástica medieval
A teologia escolástica medieval atravessou oito (8)
séculos, três (3) fases importantes: A dialéctica (Sto. Anselmo) a grande
escolástica e a escolástica tardia.
Numa primeira fase a teologia se limitava a leitura e
comentário da Palavra de Deus. Pouco a pouco (VIII - X) esta maneira de fazer
teologia é influenciada pelas mudanças significativas verificadas na sociedade
e na igreja.
O surgimento de associações, corporações, ordens
religiosas, movimento das ordens mendicantes e também universidades vai
influenciar positivamente a maneira de fazer teologia.
A figura mais alta da escolástica é Tomás de Aquino
combina rigor teórico, criatividade e ousadia. Desenvolve uma teologia
obediente à revelação que responde às exigências da epistemologia de
Aristóteles e por conseguinte ela é chamada ciência. A suma teologia durante
séculos foi texto base da elaboração teológica.
Com Tomás de Aquino saímos do credere-crer para
compreender (da patrística) e passamos ao crer e compreender. A elaboração
sistematizante do pensamento é feito por via da relação afirmação, negação e
síntese - o movimento de pensamento é uma elipse e não um círculo. Temos um
duplo foco da teologia: ciência que Deus comunica e ciência que o homem alcança
pela reflexão autónoma, ela conjuga o ponto de vista de Deus e o ponto de vista
do homem, concilia fé e razão.
A época da Teologia anti- moderna - da Idade Média até
Vaticano II cinco (5) séculos foi uma época de mudanças sócias rápidas e
profundas, capitalismo mercantil trocas culturais, a formação da supremacia da
razão e do individualismo racional, desenvolvimento da arte e do humanismo. Crescente
separação entre império e papado, entre a Igreja e a política.
É uma Teologia de defesa cujo ponto mais alto é a
celebração do Concílio Vaticano I com a proclamação do dogma do primado e da
infalibilidade papal. A teologia recusa-se a dialogar com o mundo moderno.

