Índice
Capítulo
II-Fundamentação teórica
2.1
Questão dos Objectivos Educacionais
Objetivos
educativos e avaliação da aprendizagem
Capítulo
VI-Considerações Finais
Capítulo I- Introdução
A
seleção dos objetivos de ensino é considerada um elemento fundamental no
processo de planejamento da prática educativa, pois dá segurança ao educador,
orientando a sua atuação pedagógica, ajudando-o na seleção dos meios mais
adequados para a realização de seu trabalho.
Podemos
definir objetivos educacionais como os resultados que o educador espera
alcançar por meio de uma ação educativa intencional e sistemática.
Historicamente,
os objetivos de ensino têm assumido diferentes formas de elaboração (tendo em
vista as Tendências da Educação: Tradicional, Escolanovista e Tecnicista). A
partir da década de 70 (após o modelo de desenvolvimento econômico de 1964)
pôde-se perceber, no sistema educacional brasileiro, uma grande ênfase na
proposta behaviorista de formulação de objetivos educativos, presente no modelo
pedagógico tecnicista, objetivos estes, que possam ser previstos, observados,
medidos e comparados. As raízes deste modelo, remontam os E.U.A. nos anos 10,
quando começou a apologia da administração cientifica (mais conhecida como
”taylorismo”).
Segundo
Castanho (1989), o movimento chegou logo à educação e com ele, a busca de
eficiência na escola, à semelhança do que se fazia na fábrica. A visão da
escola como empresa, primando pela eficiência, fabricando em séries, aceitando
comportamentos esperados e repelindo comportamentos que fogem da previsão,
passou a dominar em tal perspectiva.
Esta
ênfase exagerada com a formulação muito precisa dos objetivos educativos,
pareceu se tornar suficiente para garantir a eficácia do desenvolvimento do
processo de ensino, através do desenvolvimento de processos de aprendizagem
necessários, em vez de tomá-los (os objetivos educativos) como o “(...)
primeiro passo para estudar a ação que os processos de ensino têm que desenvolver
para que, estimulando e guiando os processos de aprendizagem, o aluno alcance,
de alguma forma, os objetivos propostos. O projeto consiste em prever o
processo de ensino mais adequado para despertar o processo de aprendizagem nas
condições precisas para que o aluno alcance as metas.
Capítulo II-Fundamentação teórica
2.1 Questão dos Objectivos
Educacionais
Um dos fatores importantes para o sucesso no ensinar é
o professor estabelecer com clareza e precisão os objetivos de seu ensino
(MORETTO, 2008). Esta proposição parece óbvia, porém, na prática docente, ela
não se sustenta. É comum professores que improvisam, ou não estabelecem seus
objetivos, ou por acharem que já sabem de cor o conteúdo de suas disciplinas,
ou porque dão muitas aulas e não têm tempo de prepará-las.
Uma das prerrogativas para o sucesso da relação
ensino-aprendizagem é entrar na sala de aula com alguns (até mesmo poucos)
objetivos perfeitamente definidos. Ressalta-se que a definição e conhecimento
dos objetivos não devem ser restritos a figura do professor, mas sim amplamente
divulgados entre o quadro de discentes, em vários momentos da aula. Ou seja, o
professor deve explicitar o seu objetivo claramente no início de cada aula e
repeti-lo sempre que necessário, de forma que o aluno perceba claramente a
condução do ensino em cada aula.
Se, por qualquer razão, não for possível o professor
escrever os objetivos em cada aula, é preciso que entre em sala com eles
estruturados no pensamento, que tenha o cuidado de revê-los continuamente
durante a aula e, sobretudo, retomá-los ao final. Desta forma, a definição
clara e precisa dos objetivos de ensino prepara o processo da avaliação da
aprendizagem.
Esta situação reforça o papel central dos objetivos no
processo de planejamento do ensino, devido sua relação constante com as
decisões sobre o que e como fazer. Com o planejamento podem-se prever e, consequentemente
evitar, dificuldades inesperadas em sala de aula e, assim, assegurar-se do
potencial de cada situação.
Dessa forma, o estabelecimento de objetivos serve para
orientar o professor quanto à seleção do conteúdo, a escolha de estratégias de
ensino e a elaboração de instrumentos para avaliação de desempenho do estudante
e seu próprio (G1L, 2008). Também serve para orientar o estudante acerca do que
dele se espera no curso, da sua utilidade, e ainda, do que será objeto de
avaliação. Assim, pode-se dizer que em torno dos objetivos gravita todo o
trabalho do professor. Definir objetivos significa definir a aprendizagem do
aluno, bem como tudo que poderá ser feito para torná-la mais fácil, agradável e
significativa. Vale ressaltar que este processo não é linear, conforme advertem
Freitas, Sordi, Malava e Freitas (2009):
[...]
para uma visão linear no processo pedagógico, o planejamento didático é unia
sucessão de etapas que começa com a definição dos objetivos, passa pela
definição dos conteúdos e dos métodos, pela execução do planejado e finalmente
pela avaliação do estudante [...] uma alternativa de ver a organização do
trabalho pedagógico em sala de aula abandona esta visão linear e a substitui
[...] o que permite organizar o processo de ensino aprendizagem em dois grandes
núcleos ou eixos interligados: objetivos/avaliação e conteúdo e método, (p. 14)
A partir desta forma de olhar para o processo
pedagógico, a avaliação não figura ao final, mas está justaposta entre os
próprios objetivos, formando um par dialético com eles. São os objetivos que dão
base para construção da avaliação. Os conteúdos e o nível de domínios destes,
projetados pelos objetivos, permitem extrair as situações que possibilitarão ao
aluno demonstrar seu desenvolvimento em uma situação de avaliação (ibid.,
2009). A partir desta discussão é possível inferir que avaliação não é uma
questão de final de processo, mas que está o tempo todo presente e, consciente
ou inconscientemente, orienta a atuação na escola e na sala de aula atual.
Além disso, é necessário ressaltar que esta discussão
centra atenção na avaliação da aprendizagem do aluno, ou melhor, a aprendizagem
de conteúdo dos alunos. No entanto, é necessário evidenciar que as instituições
escolares constantemente estão envolvidas em processo de avaliação instrucional
(acesso ao conteúdo), disciplinar e atitudinal. Conforme mostra Freitas (1995),
nas séries mais elementares a avaliação tende a ocorrer em estreita relação com
o próprio processo instrucional e de maneira menos formal que nas séries mais
avançadas, onde a modalidade da prova está mais estabelecida. Por isso, é
possível entender a razão pela qual os alunos do ensino superior acham que
avaliação é sinônimo de prova.
Freitas, Sordi, Malava e Freitas (2009) destacam que o
processo de avaliação da aprendizagem existe tanto no âmbito formal como no
informal. Entende-se por avaliação formal aquelas práticas que envolvem o uso
de instrumentos de avaliação explícitos, cujos resultados podem ser examinados
objetivamente pelo aluno. Já na avaliação informal estão os juízos de valor
invisíveis e que acabam por influenciar os resultados das avaliações finais e
são construídas pelos professores e alunos nas interações diárias.
A crítica
realizada pelo autor citado, estabelece que esta pedagogia visa através da
educação, a mudança direcionada de comportamento, definida com exatidão nos
objetivos operacionais que devem ser alcançados para promover estas mudanças,
especificando:
A crítica realizada pelo autor citado, estabelece que
esta pedagogia visa através da educação, a mudança direcionada de
comportamento, definida com exatidão nos objetivos operacionais que devem ser
alcançados para promover estas mudanças, especificando:
1. O
que o aluno deve fazer em termos de conduta final;
2. Que
objetivos específicos, o aluno deve alcançar, através das estratégias de ensino
(ações), para manifestar a conduta prevista no objetivo geral.
Surgem então taxionomias complexas combinando tipos de
capacidades, condutas gerais, condutas finais operativas, especificas, surgindo
muitas interrogações como:
·
Quantos objetivos
específicos são necessários para se considerar plenamente alcançado um objetivo
geral?
·
Deverão ser planejadas
atividades de ensino correspondentes a cada objetivo específico, para que se
possa conseguir a aprendizagem prevista no objetivo geral?
·
Quando estará esgotado o
mundo do observável, o significado de um conceito ou de um objetivo geral?
·
Quais são os critérios de
validação de uma hierarquia de objetivos?
·
Que indicações são
oferecidas de como conseguir desenvolver e dinamizar os processos necessários
que influenciam o ensino?
Objetivos
educativos e avaliação da aprendizagem
É possível perceber que os professores tendem a tratar
os alunos conforme os juízos de valor que vão fazendo deles. Aqui começa a ser
jogado o destino dos alunos - para o sucesso ou para o fracasso. As estratégias
de trabalho do professor em sala de aula ficam permeadas por tais juízos e
determinam, consciente ou inconscientemente, o investimento que o professor
fará neste ou naquele aluno. É nesta informalidade que se joga o destino
daqueles alunos que não aprendem da mesma maneira que a maioria dos outros
alunos, ou aqueles que têm características pessoais, culturais e sociais da maioria da classe.
Freitas, Sordi, Malava e Freitas (2009) organizaram o diagrama explicativo sobre a avaliação em sala de aula.
Figura 1. Diagrama representativo do modelo
interpretativo de avaliação em sala de aula.
Desta forma, a avaliação da aprendizagem envolve a
ação formal e informal do professor, envolvendo a avaliação valorativa do
comportamento, atitudes e valores dos discentes. A partir disso, os alunos
desenvolvem uma percepção que pode ser tanto positiva quando negativa de si,
que o levam ao sucesso ou ao fracasso acadêmico. Assim, é possível afirmar que
ação do professor é determinante para o sucesso acadêmico, tanto em relação a
sua percepção psicossocial quanto na vontade de prosseguir com os estudos.

